NUTRICIONISTA
Andréa Paes de Barros Queiróz
CRN 4435P

quinta-feira, 26 de setembro de 2013



Alimentos que desintoxicam!

Sem duvida uma boa dieta é feita por escolhas mais saudáveis. Diminuindo-se, ou até eliminando, alimentos altamente alergênicos (lactose, glúten) alimentos gordurosos, e muito ácidos. E, substituindo por alimentos mais alcalinos (frutas, verduras e legumes), com agentes antioxidantes, e ricos em fibras.

Dieta Desintoxicante ou Detox, não tem como objetivo principal a perda de peso, mas sim a retirada de toxinas do organismo, principalmente do fígado, onde essas toxinas mais se acumulam e no intestino, que muitas vezes perde sua capacidade de absorção com o acumulo das mesmas.
Ele recebe as substâncias nocivas, fruto de um bombardeio diário de corantes, gorduras, agrotóxicos, e outros aditivos, e metaboliza tudo, excretando via urina e suor.
O histórico de alimentação equivocada provoca um acumulo de toxinas que impede o corpo de funcionar a 100% da sua capacidade. Resistência baixa, cansaço, pele opaca, peso extra, falta de sono e até de memória, são sintomas clássicos.
Mas o que são essas toxinas?
São consideradas substâncias toxicas para o nosso organismo toda a substância que levam ao envelhecimento e morte precoce de nossas células, entre as toxinas que mais consumimos estão: as gorduras, principalmente saturadas, os açúcares e os aditivos alimentares, encontrados em alimentos industrializados.
Também são considerados toxinas: a lactose, o glúten e a clara do ovo, por serem altamente alergênicos.
Portanto como funciona a Detox?
A detox tem como objetivo limpar nosso organismo dessas toxinas e melhorar o seu funcionamento.
Para isso devem ser retirados da cardápio durante a detox: carnes vermelhas e frango, frituras, alimentos industrializados, alimentos com glúten e com lactose, ovo, açúcares e também o adoçante por ser industrializado, entre outros.
E são incluídas preparações naturais e com ingredientes orgânicos com muitos antioxidantes que previnem o envelhecimento celular e melhoram o funcionamento do organismo, como vitamina A, vitamina C, zinco, magnésio, entre outros.
São alimentos permitidos durante a detox: arroz integral, leguminosas como lentilha e grão de bico, peixe (menos frito), legumes, verduras, frutas e chás de ervas (sem açúcar ou adoçantes e o chá mate não são permitidos).
Durante a detox, e após a mesma também é indicada a suplementação de alguns nutrientes e de microrganismos para a reposição da flora intestinal.
Porém a detox deve ser feita por no máximo 7 a 10 dias e após deve-se continuar com uma alimentação balanceada e saudável  com o menor consumo de alimentos ricos em toxinas possível.

Benefícios da Detox
A desintoxicação do organismo trazida pela detox trás milhares de benefícios para nossa saúde entre eles:
- melhora da nossa saúde intestinal, essencial para a saúde de todos nosso organismo;
- melhora do funcionamento de nosso fígado, importante para a manutenção de outros órgãos, como os rins, que também têm seu funcionamento melhorado com a detox. Pessoas com esteatose hepática, acúmulo de gordura no fígado, devem fazer a detox para a melhora de seu quadro clínico;
- melhora da pele, órgão que reflete como nosso organismo está por dentro. Portanto, uma pele manchada ou com acnes pode significar excesso de toxinas;
- melhora do cabelo e unhas, algumas vitaminas são essenciais para a manutenção dos mesmos;
- auxilia na prevenção da hipertensão, hipercolesterolemia e diabetes;

Mas que fique claro: não concordo com dietas auto-receitadas. O Detox deve ser acompanhado por profissionais, e precisa ser absolutamente personalizadas, através de exames bioquímicos e de  rastreamento metabólico. Estabelecendo as carências, e os excessos, da cada um.

Referências Bibliográficas:
WONG, Cathy. The Detox Diet, Learn About the Detox Diet. Medice Alternative, 2011.

domingo, 22 de setembro de 2013

Benefícios do Óleo de Cartamo




Nome Científico: Carthamus tinctorius L.  
Família: Asteraceace 
Fórmula: C18H32O2
Atualmente, o Cártamo é cultivado como planta oleaginosa, altamente adaptada às condições de  semi-aridez sendo os principais produtores mundiais a China, Egito, Estados Unidos, Índia, México e Rússia. 
O Cártamo é uma planta que oferece elevada resistência à falta d’água, às altas temperaturas, aos ventos fortes e quentes, à baixa umidade relativa do ar, e é tolerante a solos salinos. 

PROPRIEDADES 

O óleo de Cártamo é extraído de sementes oleaginosas que possuem elevados teores de ácidos  graxos essenciais: ácido linoléico (60-80%) e oléico (20-40%), que para serem funcionais e  bioativos, devem ser extraídos a frio.


INDICAÇÕES 


Os efeitos benéficos do consumo de óleo do cártamo mais estudados atualmente são redução do peso corporal, aumento do metabolismo, ganho de massa muscular, redução da aterosclerose, prevenção e tratamento de diabetes mellitus tipo 2, potencialização da mineralização óssea, modulação do sistema imune, efeito antitrombogênico, inibição de células cancerosas, diminuição das concentrações de colesterol LDL e glicose no sangue.Na redução da gordura corporal, o óleo do cártamo age inibindo as enzimas lipogênicas (LPL) - que estocam a gordura - e estimulando a ação das enzimas lipolíticas - que queimam a gordura. Em resumo, a LPL transfere a gordura da corrente sanguínea para o interior das células que armazenam a gordura corporal. Quanto maior e mais intensa a atividade da LPL, maior o volume de gordura estacionado no corpo. Com o bloqueio da ação da LPL o organismo passa a utilizar o estoque de gordura como fonte de energia para a atividade muscular.

O Cártamo tem capacidade de ajudar na formação de prostaglandinas. O cis-ácido linoléico e o  ácido graxo ômega-6 presentes no óleo são responsáveis pela produção das prostaglandinas e  também atuam como catalisador de queima de gordura marrom. 
A gordura marrom é a interna que circunda a gordura corporal de órgãos vitais e serve como uma  fábrica de queima de gordura, utilizando calorias para aquecer em vez de armazená-las como  gordura branca.  
Durante o metabolismo normal, cis-ácido linoléico converte ácido gama linolênico que por sua vez estimula o organismo em uma onda de atividade de queima de calorias.  
Quando a gordura marrom é ativa em uma base regular, o corpo é capaz de manter o seu melhor peso ideal. Em artigos científicos com animais, a alimentação com ácido linoléico resultou em mudanças corpóreas, diminuição de peso e de massa gorda, além de um aparente aumento de massa magra. 

DOSAGEM / CONCENTRAÇÃO USUAL 
2 capsulas ao dia 

ARMAZENAMENTO 
Conservar a temperatura de 15 - 30°C e umidade máxima 50%.   

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Nutrição e Logevidade


  A expectativa de vida das pessoas está cada vez maior e a grande preocupação dos profissionais da saúde em relação ao envelhecimento da população é com a qualidade de vida que teremos nesta fase. Não basta morrer mais tarde, temos que manter nossa independência e impedir o avanço das doenças crônico-degenerativas. Diante disso, a alimentação e a nutrição são de suma importância. Quando abordamos o tema envelhecimento esbarramos na questão do controle dos sinais do envelhecimento e prevenção do aparecimento destes sinais, assim a estética continua a predominar em todas as fases da vida com a busca por tratamentos estéticos que movimentam a indústria da beleza.


É interessante observar que a alimentação e o estilo de vida saudável das pessoas (dormir bem, não fumar, horas de lazer etc) promovem o retardo dos sinais do envelhecimento, inclusive o cutâneo. As rugas e as marcas na pele ocorrem, por fatores intrínsecos (redução dos telômeros, diminuição do sistema de reparação celular, aumento da exposição celular aos radicais livres resultantes do metabolismo) e extrínsecos (exposição à radiação solar, dieta pobre em nutrientes, dieta rica em compostos pro-oxidantes, baixa hidratação, presença de doenças). Dessa forma, a alimentação saudável previne o envelhecimento da pele ao controlar fatores extrínsecos do envelhecimento e também por prevenir o aparecimento de doenças.
Dietas pobres em vitaminas, minerais e compostos antioxidantes facilitam a ação dos radicais livres. Esses radicais livres atuam inativando proteínas e enzimas corporais. Na pele agem sobre as moléculas de colágeno e elástica. A falta de hidratação adequada e o consumo elevado de gorduras saturadas e hidrogenadas também influenciam a saúde da pele por, respectivamente, levar ao ressecamento da pele e a produção exagerada de sebo e promover aparecimento de oleosidade e acne.
Há uma gama de tratamentos dermatológicos em consultórios médicos e clínicas de  estética para aumentar a produção endógena de colágeno e elastina da pele e também o preenchimento das rugas e linhas de expressão. Entretanto, cabe ressaltar que em associação à dieta saudável esses tratamentos se tornam mais efetivos – a alimentação promove a melhor recomposição do tecido cutâneo.
Alimentos importantes para prevenção e tratamento de rugas:
  • Temperos naturais: alho, cebola, coentro, cravo, canela, cardamomo, cúrcuma, hortelã, pimenta, manjericão, manjerona, cheiro verde, colorau, alecrim;
  • Colágeno Hidrolisado (suplementação a partir dos 30 anos de idade);
  • Sementes Oleaginosas (ricas em magnésio, antioxidantes e vitamina E): castanha do para, castanha de caju, amêndoas, pistache, amendoim, avelã, etc;
  • Peixes e carnes magras;
  • Abacate, açaí, óleo de oliva;
  • Frutas cítricas: laranjas, limões;
  • Frutas ricas em polifenóis: uva, mirtilo, morango, ameixa, berries, maçã, romã;
  • Chá verde, chá branco, chá mate;
  • Hortaliças verde escura e folhagens;
  • Abóbora, cenoura, pimentões, berinjela, repolho, chuchu e outros legumes;
  • Feijões, grão de bico e lentilhas;
  • Chocolate Amargo.
Conforme observado, os alimentos importantes para a prevenção de rugas e linhas de expressão também promovem a saúde cardiovascular e a prevenção do aparecimento de alguns tipos de cânceres. A nutrição estética é, portanto, importante para incentivar as pessoas a se cuidarem mais e pode sim, promover a saúde das pessoas durante o processo de envelhecimento.

Irisina no tratamento do Diabetes

O que é irisina e por que ela é considerada um novo alvo para o tratamento da obesidade e diabetes?


A irisina é um peptídeo secretado pelo tecido muscular, que foi descoberto recentemente, em janeiro de 2012, por Bostrom e colaboladores da Universidade de Harvard. O gene que codifica a irisina foi denominado FNDC5 (do inglês, fibronectin type III domain containing 5).

Os pesquisadores descobriram que durante o exercício físico ocorre o aumento da proteína PGC1-alfa (do inglês, peroxisome proliferator-activated receptor γ coactivator1-alfa), que estimula a síntese de irisina pelo músculo. A irisina chega, então, ao tecido adiposo branco para estimular a produção da proteína desacopladora-1 (UCP-1, também conhecida como termogenina), transformando o tecido adiposo branco (cuja principal função é o armazenamento de gordura) em tecido adiposo marrom, que tem como principal função a atividade termogênica.

O fato de a irisina transformar o tecido adiposo branco em marrom tem ganhado bastante atenção por diversos cientistas do mundo. O tecido adiposo marrom está relacionado com redução da adiposidade global e menor susceptibilidade para o ganho de peso em humanos. Assim, o tecido adiposo marrom adquiriu relevância devido seu potencial contra a obesidade e doenças associadas, como o diabetes tipo 2.

Em estudo realizado em camundongos sedentários, obesos e com sintomas de pré-diabetes, pesquisadores injetaram pequenas doses de irisina. Após dez dias, os animais tiveram os níveis sanguíneos de glicose e insulina normalizados, além da perda de peso. Estudos experimentais subsequentes demonstraram que a irisina aumentou o gasto energético total, aumentou a expectativa de vida, reduziu o peso corporal e melhorou a resistência à insulina.

Entretanto, esses efeitos promissores ainda devem ser confirmados em estudos com seres humanos para que se possa identificar a irisina como um novo alvo para o tratamento da obesidade e suas comorbidades.




Bibliografia (s)

Boström P, Wu J, Jedrychowski MP, Korde A, Ye L, Lo JC, et al. A PGC1-α-dependent myokine that drives brown-fat-like development of white fat and thermogenesis. Nature. 2012;481(7382):463-8.

Sanchis-Gomar F, Lippi G, Mayero S, Perez-Quilis C, García-Giménez JL. Irisin: a new potential hormonal target for the treatment of obesity and type 2 diabetes. J Diabetes. 2012;4(3):196.

Elbelt U, Hofmann T, Stengel A. Irisin: what promise does it hold? Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2013 Jun 24. [Epub ahead of print]

Moreno-Navarrete JM, Ortega F, Serrano M, Guerra E, Pardo G, Tinahones F, et al. Irisin is expressed and produced by human muscle and adipose tissue in association with obesity and insulin resistance. J Clin Endocrinol Metab. 2013;98(4):E769-78.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Adoçantes


Adoçantes


Nas últimas décadas, o consumo desse tipo de edulcorante tem aumentado em vários países, e produtos dietéticos (especialmente refrigerantes diet e adoçantes dietéticos) têm sido as principais fontes de ingestão de edulcorantes não calóricos. O aumento global das doenças crônicas não transmissíveis, especialmente obesidade e diabetes mellitus, pode ser uma das justificativas para o consumo cada vez maior desse tipo de produto. De preferencia por adoçantes tipo Stévia, que é o mais natural que encontramos por ai!

Os adoçantes dietéticos são constituídos de edulcorantes não calóricos (naturais ou artificiais), que conferem o sabor doce sem a adição de calorias.

 Apesar de os adoçantes e os produtos dietéticos terem sido elaborados para atender a grupos específicos, como pessoas portadoras de diabetes mellitus ou obesas, atualmente, o perfil dos consumidores é diversificado e pode ser dividido em dois tipos básicos: os jovens que consomem por razões estéticas e as pessoas em idade adulta que buscam maior qualidade de vida.

De acordo com a atual legislação brasileira, adoçantes dietéticos são "produtos formulados para utilização em dietas com restrição de sacarose, frutose e glicose, para atender às necessidades de pessoas sujeitas à restrição desses carboidratos". De forma geral, os adoçantes fazem parte de um grupo alimentar específico, denominado pelo Ministério da Saúde como "alimentos para fins especiais", os quais são destinados a atender às necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas. No entanto, os adoçantes dietéticos são produtos que estão atualmente disponíveis para os consumidores que desejam desfrutar do sabor doce sem aumentar seu consumo energético, pois, além de serem úteis para o controle glicêmico em pacientes diabéticos, podem ser uma ferramenta auxiliar na dietoterapia de outras morbidades, como a obesidade.

Edulcorantes são substâncias diferentes dos açúcares e com poder adoçante muito superior ao da sacarose (açúcar comum). Eles são classificados em naturais e artificiais ou sintéticos. Os naturais são obtidos sem reações químicas, a partir de plantas ou de alimentos de origem animal. Os artificiais ou sintéticos são obtidos de produtos naturais ou não, através de reações químicas apropriadas. Adoçante artificial é uma mistura de um ou mais edulcorantes capaz de conferir sabor doce aos alimentos. Existe um grande número de compostos capazes de produzir o sabor doce, entretanto só alguns (naturais ou artificiais) são permitidos pela legislação para serem adicionados aos alimentos.



Edulcorantes Artificiais
Edulcorantes Sintéticos ou Artificiais
Dextrose e Maltodextrina: São extraídas do milho e tem ampla utilização na indústria alimentícia. Poder adoçante – 50 a 70% maior que o da sacarose. Valor energético - 4 Kcal/g. Muito utilizado como diluente nos adoçantes artificiais.
Acesulfame-K: Desenvolvido em 1960, é um sal de potássio sintético produzido a partir de um ácido da família do ácido acético. Foi aprovado pelo FDA em 1988. Poder adoçante – 180 a 200 vezes maior que o do açúcar. Não possui calorias, não tem sabor residual, não é metabolizado pelo organismo (é eliminado tal como ingerido). É estável em altas temperaturas, o que facilita a sua utilização em preparações de forno e fogão. Tem apresentações em pó ou líquido, geralmente associado a outros edulcorantes. É bastante utilizado pela indústria, principalmente em bebidas, chocolates, geleias, produtos lácteos, goma de mascar e na panificação.

Frutose: Encontrado nas frutas e no mel. Valor energético - 4 Kcal/g, mas por seu poder adoçante ser 170 vezes maior que o açúcar acaba sendo pouco calórico. Sabor semelhante ao do açúcar. Uso industrial: gelatinas, pudins, geleias. Estudos recentes revelaram que a frutose ingerida juntamente com as refeições não altera a glicemia e, portanto, pode ser consumida com moderação por diabéticos.


Aspartame: É um Éster Metílico do L-Aspartil--L-fenilalanina, metabolizado no trato gastrointestinal em 2 aminoácidos: ácido aspártico (40%) e fenilalanina (50%) e em metanol (10%). Poder adoçante – 200 vezes maior que o do açúcar. Valor energético – 4 Kcal/g. Perde o sabor em temperaturas > 100ºC. Comercializado em mais de 100 países, é consumido por mais de 250 milhões de pessoas, em mais de 6.000 produtos. Contra-indicado para portadores de fenilcetonúria (doença autossômica recessiva que acomete 1 em cada 10.000 indivíduos. Devido à ausência da enzima fenilalanina hidroxilase, que transforma a fenilalanina em tirosina, há um acúmulo de fenilalanina no organismo, que ocasiona retardo mental).

Lactose e Tagatose: A lactose é extraída do leite, sendo muito utilizada em adoçantes de mesa. Poder adoçante – 15% maior que o da sacarose. Valor energético - 4 Kcal/g. A Tagatose é produzida a partir da lactose e fornece 1,5Kcal/g. Costuma ser misturada a outros edulcorantes e está sendo utilizada em alguns refrigerantes dietéticos nos Estados Unidos.
Ciclamato (ciclohexilsulfamato): Descoberto em 1939, é comercializado desde a década de 50. Devido a uma possível associação com câncer de bexiga em ratos, foi retirada do mercado nos Estados Unidos (1969), Inglaterra (1970), França, Japão. Apesar do FDA ter concluído em 1984 que o ciclamato não é carcinogênico, ele não é comercializado nos EUA. O ciclamato está liberado pelo Parlamento Europeu, sendo utilizado nesta comunidade. Valor energético – 0 kcal/g. Poder adoçante – 40 vezes maior que o do açúcar. Apresenta sabor semelhante ao do açúcar, mas tem um leve gosto residual. Não perde a doçura quando submetido a altas ou baixas temperaturas e meios ácidos, sendo largamente utilizado no setor alimentício.

Manitol, Xilitol e Sorbitol: São obtidos a partir da redução da glicose (sorbitol) e da frutose (manitol) e pela hidrogenação da xilose (xilitol). Poder adoçante – 50 a 70% maior que o da sacarose. Valor energético - 4 Kcal/g. Tem sabor semelhante à sacarose. Não alteram a glicemia. São amplamente utilizados na produção de gomas de mascar e balas, pois não causam cáries.
Neohesperidina Dihidrocalcona: Edulcorante que se obtêm pela modificação química de uma substância presente na laranja amarga (citrus aurantium). É um flavonóide (grupo de substâncias naturais com estrutura fenólica.) que é degradado pela flora intestinal. Poder adoçante – 400 a 600 vezes maior que o do açúcar. É estável ao calor. Pode ser utilizado por diabéticos e geralmente é usado em combinação com outros edulcorantes.

Steviosídeos e Truvia: Extraída da Stévia Rebaudiana, planta originária da serra do Amambaí, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Descoberta em 1905 e industrializada a partir de 1970. Bastante utilizada no Japão, foi liberada pelo FDA (Food and Drug Administration) em dezembro de 2008. Poder adoçante – 300 vezes maior que a sacarose. Não é calórico, tóxico e nem é metabolizado pelo organismo. Seu uso não é maior devido a sabor residual amargo. Truvia é feita utilizando-se a parte mais doce da folha da Stévia. Está sendo utilizada pela Coca-Cola americana em vários de seus produtos dietéticos.
Sacarina (ácido sulfanoilbenzóico): É um derivado do petróleo descoberto em 1879 por Ira Remsen e Constantine Fahlberg, da Universidade Johns Hopkins. Não é metabolizado pelo organismo, sendo excretado sem alterações. Valor energético – 0 Kcal/g. Poder adoçante – 300 vezes maior que o do açúcar. É estável em altas temperaturas. Tem gosto residual amargo e metálico e, por isto, geralmente é associado a outro edulcorante, principalmente o ciclamato.


Sucralose: É o único adoçante artificial derivado do açúcar, sendo obtido a partir da cloração da sacarose. Foi desenvolvido em 1976 e aprovado pelo FDA e ANVISA em 1998. Valor energético – 0 kcal/g. Poder adoçante – 600 vezes maior que o do açúcar. Resiste a altas temperaturas, não possui sabor residual amargo, não é metabolizado pelo organismo. É o único que pode ser utilizado sem restrições por fenilcetonúricos, gestantes, crianças e diabéticos. Mais de 100 estudos (toxicologia, oncologia, teratologia, neurologia, pediatria e nutrição) comprovam a sua segurança.

Não há evidência científica que demonstre que os adoçantes engordam. As teorias levantadas até o momento não foram comprovadas, pois os estudos disponíveis não são conclusivos. As causas da obesidade envolvem vários fatores, como ambientais, estilos de vida e genéticos, numa complexa interação de variáveis, não existindo uma teoria geral que se aplique a todos os indivíduos. Portanto, não é correto afirmar/concluir que os adoçantes seriam os responsáveis pelo aumento de peso em uma população. Para o controle de peso vale a recomendação usual de uma alimentação nutricionalmente equilibrada associada à prática de atividade física.

O órgão que regulamenta a alimentação e os medicamentos nos Estados Unidos, o Food and Drug Administration (FDA) recomenda que o consumo diário de adoçantes dietéticos seja de quatro a seis pacotinhos de um grama quando em pó, e de 9 a 10 gotas para os líquidos. 

Para o consumo superior a essas doses não se encontra, na literatura científica, nada que possa sugerir alguma anomalia metabólica ou orgânica, mas nas indicações do FDA o excesso não deve ser estimulado.
E além de considerar o adoçante utilizado no suco ou cafezinho, vale lembrar que ainda se consome a substância em alimentos diet industrializados. Portanto, é preciso ficar atento ao exagero. É sempre bom verificar os produtos para avaliar a quantidade de adoçante e manter o equilíbrio.
 
Não há vantagem de se utilizar adoçante quando não se tem problemas com o peso, pois uma colher de chá de açúcar tem cerca de oito gramas, o que corresponde a 32 calorias e isso não causará nenhum impacto no seu dia entre ganhar ou perder peso. A preocupação deve estar em diminuir a carga calórica em excesso, como doces, balas e refrigerantes. 

Para as crianças, não há contra-indicação de consumo nessa faixa etária, mas o adoçante deve ser usado apenas por crianças com necessidades de restrições específicas, como as que possuem diabetes.

O consumo de edulcorantes durante a gestação deve ser feito com base na prescrição do profissional e não de forma indiscriminada. A indicação mais apropriada para o uso de edulcorantes é para gestantes diabéticas, para as quais o uso de sacarose, principalmente para adoçar líquidos, pode comprometer o controle glicêmico.

As gestantes deveriam restringir o uso de sacarina, pois ele demonstrou ser permeável à placenta, podendo permanecer nos tecidos fetais devido menor capacidade do feto de excretá-lo.


Os adoçantes não trazem riscos à saúde desde que sejam consumidos de forma moderada.

Referências Bibliográficas:

Adoçantes. Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres. Disponível em:www.abiad.org.br Acessado em: 14/07/2013.

Adoçantes: saiba como usar. Disponível em: www.einstein.br Acessado em: 14/07/2013.

Behling, EB et al. Flavonóide quercetina: Aspectos gerais e ações biológicas. Alim Nutr, 2004, v.15, n.3, p.285-292.

Esclareça algumas dúvidas sobre adoçantes. Disponível em: www.adj.org.br Acessado em: 14/07/2013.

Oliveira, PB de; Franco, LJ. Consumo de adoçantes e produtos dietéticos por indivíduos com diabetes melito tipo 2, atendidos pelo Sistema Único de Saúde em Ribeirão Preto, São Paulo. Arq Bras Endocrinol Metab 2010, v.54, n.5, p. 455-462.

Position of the American Dietetic Association: Use of Nutritive and Nonnutritive Sweeteners. J Am Diet Assoc 2004, v.104, p. 255-275.

Suplicy, H. Adoçantes Artificiais – Parte I. Rev Abeso 2011, v.49, n.49.

Vitolo, MR. Nutrição: Da Gestação à Adolescência. 1 ed. Reichmann & Affonso Editores: Rio de Janeiro, 2003, p. 46.

Zanini, RV; Araújo, CL; Mesa, JM. Utilização de adoçantes dietéticos entre adultos em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil: um estudo de base populacional. Cad. Saúde Pública 2011, v.27, n.5, p. 924-934.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Batata Yacon

Muitos são os alimentos que atuam de forma importante na modulação da saúde e do bem estar. O tubérculo yacon  é um deles. 
Ele é originário da região dos Andes, na América do Sul, e apresenta como características nutricionais básicas o fato de ter poucas calorias, um sabor adocicado e textura semelhante à pêra.
Pode ser consumido cru, como suco, com saladas ou mesmo refogado. O potencial do yacon com alimento funcional está relacionado à presença de frutoligossacarídeos (FOS) do tipo inulina, que propiciam o controle dos níveis glicêmicos. 
Dessa forma, o consumo do tubérculo em dietas para indivíduos diabéticos tem sido explorado e comprovado nos meios científicos. 
Os FOS são considerados prebióticos, pois agem promovendo a fermentação intestinal e a seleção das bactérias importantes para o bom funcionamento intestinal. Além de FOS, foram encontradas, no yacon, boas concentrações de antioxidantes e compostos fenólicos. Estes compostos são associados, nos estudos, a mecanismos fisiológicos de prevenção ao desenvolvimento de certas doenças. Assim seu consumo regular contribui para a prevenção e controle de doenças cardiovasculares, dislipidemias, diabetes melitus e também obesidade. Em resumo, os efeitos fisiológicos já determinados do yacon correspondem: Modulação e seleção da flora intestinal: FOS promove fermentação e formação de ambiente adequado ao desenvolvimento da flora dos tipos bifido e lactobacilos. Melhoria do perfil lipídico: a formação de ácidos graxos de cadeia curta, formados via fermentação, atuam inibindo a expressão gênica de enzimas hepáticas lipogênicas, o que reduz a produção de colesterol e LDL pelo figado. Melhoria do perfil glicêmico: FOS relacionado ao controle da glicemia via sua baixa digestibilidade, ação no retardamento da absorção de glicose pelo intestino, aumento da liberação de insulina pancreática e inibição da produção de glicose hepática (glicogenólise). Os compostos polifenólicos também agiriam na melhoria da glicemia por reduzir a formação de radicais livres e influenciar a liberação de insulina. Controle de peso e obesidade: o controle da glicemia e da liberação de insulina modula o metabolismo energético, promovendo a manutenção ou mesmo a redução da massa gorda. Tendo em vista, a ampla gama de benefícios do yacon, principalmenteno controle do perfil glicêmico, especula-se sua atuação na manutenção da massa magra e na perda da massa gorda. Como o controle da glicemia e da insulina é interligado ao metabolismo energético, podemos inferir que seu consumo seja vantajoso para atletas e praticantes de exercício. O suco de yacon em refeições pré-treino poderia modular os níveis glicêmicos durante o exercício, o que colaboraria para o ganho de massa magra e a melhora da performance a médio prazo. Outra questão levantada seria o papel que o yacon teria na estética da pele. Ou seja, a perda da elasticidade da pele, relacionada ao processo de denaturação (perda da conformação estrutural) das fibras de colágeno e elastina, pode ser acelerada pela ligação de moléculas de glicose – quanto maiores os níveis de glicose sanguínea, maior a ligação de glicose às fibras de colágeno e elastina. Portanto, rugas e linhas de expressão podem ser prevenidas e mesmo atenuadas mediante o consumo regular de alimentos que auxiliem no controle da glicemia, entre eles, o yacon. 


Referências Bibliográficas: Genta S et al. Yacon syrup: benefitial effects on obesity and insulin resistance in humans. Clinical Nutrition. 28 (2): 182-187. 2009.
Guedes AC. Yacon, the peruvian plant that helps controlling the blood sugar. Revista Vida e Saúde, 2004. Habib NC et al. Hypolipidemic effect of Smallanthus sonchifolius (yacon) roots on diabetic rats: biochemical approach. Chem Biol Interact, 194 (1): 31-39. 2011.